quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Doce de Aninha

Marcílio Godoi


(...)Vive dentro de mim
a mulher do povo.
Bem proletária.
Bem linguaruda,
desabusada, sem preconceitos,
de casca-grossa,
de chinelinha,
e filharada.
Vive dentro de mim a mulher roceira.
- Enxerto da terra,
meio casmurra.
Trabalhadeira.
Madrugadeira.
Analfabeta.
De pé no chão.
Bem parideira.
Bem criadeira.
Seus doze filhos. Seus vinte netos.
Vive dentro de mim
a mulher da vida. (...)

(Cora Coralina, em trecho
do poema "Todas as vidas")

Tempo - espaço euclidiano

Marcílio Godoi

"Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato; era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava."
(Euclides da Cunha em Os Sertões)

Tempo-espaço euclidiano

Marcílio Godoi


"Canudos tinha muito apropriadamente, em roda, uma cercadura de montanhas. Era um parêntesis; era um hiato; era um vácuo. Não existia. Transposto aquele cordão de serras, ninguém mais pecava."
(Euclides da Cunha em Os Sertões)

Zen palavras

Marcílio Godoi


pariso
novayorquizo
moscoviteio
sem sair do bar

só não levanto e vou embora
porque tem países
que eu nem chego a madagascar

(Paulo Leminski)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Ratoeira

Um rato olhando pelo buraco na parede vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo em que tipo de comida poderia ter ali. Ficou aterrorizado quando descobriu que era uma ratoeira. Foi para o pátio da fazenda advertindo a todos: "Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa." A galinha, que estava cacarejando e ciscando, levantou a cabeça e disse: "Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que é um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda." O rato foi até o porco e disse a ele: "Tem uma ratoeira na casa, uma ratoeira." "Desculpe-me Sr. Rato, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo que o senhor será lembrado nas minhas preces." O rato dirigiu-se então à vaca. Ela disse: "O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!" Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira do fazendeiro. Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego. No escuro, ela não viu que a ratoeira pegou a cauda de uma cobra venenosa. A cobra picou a mulher. O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco. A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o funeral O fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar todo aquele povo. Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco. Autoria de Autor Desconhecido Mensagens de Metáforas

domingo, 5 de setembro de 2010


Preencho os meus dias com o que me é agradável. Viver não é deixar a vida passar... é marcar os minutos que se passam; marcar com amor, com alegria, com brincadeiras, com amizades, com família, com Deus.



Pra isso, preciso todos os dias “levantar e tirar a poeira da palavra amor”, das coisas envelhecidas, das marcas coloridas que um pouco de luz traz à tona os bons momentos vividos, os abraços emitidos, os beijos estalados, as fotos que recordam o que a vida, sem pedir nada em troca, nos deu.




 Vanderson Barros